sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O badocha de serviço

AVISO: As palavras que se seguem são preconceituosas – não recomendáveis a pessoas com salamaleques.
O almoço de sushi deixou-me a boca seca. Entro na copa com o objectivo de saquear uma garrafa de agua e constato com uma festa de despedida de alguém (os empregos são sempre como os Alfa Romeu - temos duas alegrias,a do primeiro e a do ultimo dia).

No meio daquele espectáculo triste e povoado de deprimidos frustrados com o tempo, com a Pepsi e provavelmente com o seu aspecto de falso blaze e recheado a bolo de chocolate da bimby, eis que o badocha de serviço entra em acção (certamente na ânsia gorada de ser o engraçado e talvez sacar um sorriso da "Vera Vanessa" que trata dos balancetes), e, achando-se um Dody Al-fayed e esquecendo-se que verme, saca do seu android dos pobres (espertos, quero dizer) e achou boa ideia grunhir:

“Querem ver o que a minha empregada(bem salientado) escreveu no blog dela? (rindo-se)”, a seguir recita três ou quatro entradas, provavelmente pouco providas de senso literário mas batidas a emoção, sempre em tom jocoso, próprio de quem precisa de “bater” em alguém para obter aprovação do quarterback.

Primeiro, o termo empregada é descabido. Isso seria aplicável se ele lhe pagasse um salário e tivesse assinado um contrato. O mais certo é ele pagar por um serviço, seja do que for (e no caso dele deve pagar serviços de muita coisa). O balofo estava portanto a armar-se aos cucos.

Segundo, é triste que pessoas que aparentemente têm vontade de se expressar de forma mais emotiva, tenham que se submeter ao escrutínio e a ao serviço de flácidos intelectuais.

Terceiro, é lamentável que a pratica “bully” seja a única admissível a pessoas sem auto-estima para impressionarem as “Veras Vanessas” deste mundo.

Quarto, eu juro que sou boa pessoa, mas quando tenho a boca seca e vejo gente parva, transformo-me numa espécie de Carrilho contra Barbara (mais ao nível da escrita criativa).

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