quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Da vida...

I

A morte de 92 imigrantes no deserto ou os crescentes raptos em Angola e Moçambique (entre outros países) tem uma base comum: Pessoas que saem do seu pais para se abalançarem a hipotéticas condições de vida melhores.

Hipotéticas, porque creio que a maioria sonha sempre com algo que não existe, com algo que é ficcionado. A realidade nunca corresponde a imagem que criamos de determinado pais...a realidade vem trazer uma espécie de equilíbrio – se por um lado os aspectos negativos se revelam menos negativos, os aspectos  “de sonho” também se revelam mais banais. Contudo isso é irrelevante...no momento de se atirarem ou deserto ou de se meterem num avião com destino incerto, o que os move é o motor da esperança alimentada pelo desespero que de algum modo se lhes esta entranhado nos ossos. 

Aqui reside, a meu ver, a maior das limitações humanas. Se por um lado carências físicas varias motivam ser humanos para desafios tremendos e para um maior desenvolvimento dos vínculos emocionais entre pessoas, por outro lado, uma sociedade prospera tende a ser farta em tudo menos em relações humanas. E se será horrível viver em condições de morte, não deixa de ser frustrante ser infeliz numa sociedade farta e é ai que a nossa limitação animal reside – é que somos capazes de nos sacrificar de vida em busca de alimento, mas dificilmente nos sacrificamos de vida em busca de harmonia em pessoas.

Na verdade, se tivermos de barriguinha cheia, deixa-mo-nos definhar num mundo autista. O mundo será sempre um lugar estranho enquanto for possível haver desequilíbrios tais, que seja aceitável que alguns se sacrifiquem ou sejam sacrificados gratuitamente enquanto outros assistem de mão atadas, ainda que eles próprios envolvidos num novelo em que não e liquido serem felizes e muito menos terem condições de mudarem o quer que seja.  Não é que as pessoas sejam egoístas, vivem é “prisioneiras” de uma sociedade maximizada para o consumo e rápido!

(ideia em desenvolvimento...)

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