sexta-feira, 28 de março de 2014

Portugal adolescente

Diz J. Rentes de Carvalho acerca da melhoria da condições de vida em Portugal desde o 25 de Abril: "a figura que me vem à cabeça é a de um adolescente que tem um golpe de sorte, recebe umas massas, pega nesse dinheiro e entra numa volúpia gastadora sem saber exactamente porque nem como nem para que. Gasta  só pelo gozo de fazer pelo menos uma vez na vida aquilo que nunca fez." E eu fico aqui a pensar que o Rentes de Carvalho é bem capaz de ter razão (tem de certeza) e que até para isso de ter dinheiro e gastar dinheiro, não basta ter e poder, é preciso saber. Caso contrário não tínhamos os subúrbios que temos, o fosso interior/litoral que temos, os maiores centros comerciais que temos e provavelmente o parque automóvel mais inexplicável do mundo se tivermos em conta o salário médio português e de que não produzimos nada de verdadeiramente assinalável e financeiramente sustentável. 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Onde estou? para onde vou?

Daqui de onde estou, consigo ver os que vão e os que vêem. Os que choram e os que sorriem, os que correm e os que dormem. Os que se despedem e os que se abraçam (e caramba deve ser giro trabalhar num aeroporto).

E eu, que estou aqui e observo todos e todos parecem saber de onde vêem e para onde vão, fico a pensar se eu, que sei supostamente de onde venho e para onde vou, saberei efectivamente par...
a onde vou e de onde venho.

O que me leva a pensar se isto de as pessoas andarem de uma lado para outro, a trabalhar mais do que em passeio, será afinal uma tosta mista de coragem com necessidade e curiosidade ou um cocktail de irresponsabilidade e de não saber estar quieto e aproveitar o sol que faz lá fora (tipo carapau).