quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Liberal

Antes de mais paz à sua alma e importa referir que foram abjectas algumas das reacções das pessoas face, mais do que tudo, ao falecimento de um ser humano. 

Independentemente de não concordar com muitas as suas ideias e de achar que perdeu muitas boas oportunidades de ficar calado, por António Borges, tinha o maior respeito, mais que não seja pelo seu percurso.

Deixando a pessoa que foi para trás e focando-me nas reacções, uma grande maioria realçou a sua "liberdade", "frontalidade" e destacou muito positivamente o facto de ter trabalhado "até ao fim". Se fosse ha 10 anos atras, provavelmente eu veria algo positivo nisso, mas hoje (arriscando dizer que já tenho alguma experiência), acho que é mesmo só parvoíce e tristeza.

Tristeza, porque custa-me saber que para alguém casado e com 4 filhos (e sem carências económicas conhecidas), o mais importante da vida seja o trabalho. Parvoíce, porque ainda ha o espirito do insubstituível e nem na recta final sabemos quando parar. Afinal trabalhamos para viver ou vivemos para trabalhar?

Cada um terá a sua opinião, mas na certeza que o "fillet mígnon" da vida esta mais nos nossos sonhos e nas pessoas que temos a nosso lado, é uma pena que os nossos últimos tempos não sejam passados a riscar a lista do "to do" que todos temos.

António Borges era um liberal e morreu como um herói dos liberais, mas numa altura em que um outro jovem morreu na teia do liberalismo (o tal estagiário em Londres) e em que todos temos levado "pancada", é boa ocasião para pensarmos no que afinal é importante e para não nos esquecermos que o homem será sempre "do tamanho dos seus sonhos".

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