sexta-feira, 20 de setembro de 2013

11 de Setembro

Um dia depois do aniversario do 11/09, começo por dizer que gosto de árabes...não do fundamentalismo (já la vamos), mas eu, que até já vivi uma temporada da minha vida num pais muçulmano, gosto da cultura árabe, das ruas cheias de gente, do modo de fazer comercio, de como tudo pode ser caótico, dos cheiros (alguns maus), dos mercados, dos ladrões com cara de ladrões, das regras (inexistentes) de condução , da maneira ilegal de trocar de divisas, do tipo e modo de beber café, das cabeças de borrego espetadas em paus a venda, do orgulho na contrafacção, dos controlos antes de apanhar um avião, do Ramadão (ok, nem tanto assim), dos 24 toques de Ala, das discotecas (isso é uma historia só “per si”) e até da forma (“astuta”) de como as mulheres se conseguem mostrar disponíveis para “o amor”. Enfim, podia passar dias a escrever e a contar historias e estorias , que a vida em países árabes é, resumidamente, uma aventura todos os dias e substancialmente diferente daquilo que se imagina.

Contudo os “meus” árabes não encaixam exactamente no perfil puramente fundamentalista. Quando leio que uma criança de 8 anos, morreu no Yeman devido a lesões internas provocadas durante a noite de núpcias (isso) depois de ter levado (isso) com o marido de 40 (anos), fico agonizado. É essa a vida de mulheres no médio oriente...na melhor (pior) das hipóteses, sobrevivem a noite de núpcias e vivem com cadelas (isso) o resto da vida, na pior (melhor) morrem logo no acto da desvirginização – nunca esse acontecimento deve ter sido tão determinante na vida de uma senhora.

Diz-se que os árabes do médio-oriente vivem na pré-historia. Bem que eu saiba, na pre-historia dava-se com paus nas cabeças das pessoas e vivíamos em grutas, mas, de que haja relatos, não era pratica corrente penetrar meninas até a morte. Também não sei se havia tecnologia para delapidar o clitóris das femme sapiens. Por outro lado, os árabes fundamentalistas de hoje em dia também não vivem em grutas (embora ainda se matem uns ou outros com paus).

Portanto, a questão não é serem atrasados (que o são) – é terem uma cultura que é simplesmente criminosa aos olhos de um homem normal e não me venham cá com respeito por culturas e tradições diferentes que toda e qualquer tolerância é só explicada por covardia e comodismo.

Covardia e comodismo, que no ocidente dito evoluído continuam ser os “plates du jour”. Depois do massacre no Rwanda, podiam os “evoluídos” ter evoluído qualquer coisa?

Bem, podiam..mas na verdade a maioria, depois de noticiado mais um massacre, continua calmamente a jantar e ao mais alto nível diplomático e “humanitário” também não interessa se morrem ou sofrem muitos – o que interessa é se morrem depressa (com armas químicas) ou se morrem devagar (com balas e espadas).

A diplomacia e legitimidade de intervenção de estrangeiros em conflitos internos tem que se lhe diga, e não me vou alongar, mas estaremos cientes (os ocidentais evoluídos) que o nosso modo de viver é verdadeiramente autista num mundo em transformação?

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