No seguimento das prioridades e do nivel de
insenbilidade gerado em torno da
colecção dos Miros, remeti-me para a cronica do Pde. José Tolentino Mendonça,
publicada no Expresso ha umas duas semanas atras.
Dizia José Tolentino Mendonça, preocupadamente,
que parece haver uma certa relação (negativa) entre o nivel cultural e
académico das pessoas e a sua predisposição para a compreensão e sensibilidade para com os
mais desfavorecidos. Segundo Jose Tolentino Mendonça (e apoiado em estudos que
citou), quanto mais alto nivel académico
e cultural, menos disponibilidade as pessoas têm para acções solidarias,
enquanto as pessoas ja de si algo desfavorecidas, mais facilmente estão
dispostas a partilhar o pouco que têm.
Do que percebi, entendo que parece haver uma
casualistica de compreensão maior para quem mais proximo esta dos problemas, ou
seja quem mais proximo esta dos problemas, esta naturalmente mais apto para os
compreender e naturalmente para ajudar. Por sua vez, quem mais afastado esta
das esferas desprotegidas, menos compreensivo se sente e logo menos apto para
ajudar. Somando ainda que quem pouco tem, nada ou quase nada tem a perder por
ajudar, ja o contrario pode não ser tão linear. Do ponto de vista estritamente
cultural, a coisa é menos perceptivel, mas eventualmente estar relacionada com
um certo viver em nucleo mais fechado e sem noção das agruras de que leva com o
vento “de chapa”.
Sera assim mesmo? O desenvolvimento socio,
economico e cultural é uma especie de “sebo nos olhos” ou sera antes uma
estratégia inata de” eliminação natural”?
Gosto de acreditar que não, mas quando leio e
me apercebo de certas questões e do sentimento de prioridade que parece haver,
tenho duvidas (o que segundo Socrates (o filosofo), é apenas o principio do
conhecimento).
2 comentários:
As generalizações são sempre perigosas mas acho poderemos dizer com alguma segurança que a relação existe. Se calhar não tanto na formação académica mas no meio económico em que se nasceu/viveu(quando não estão relacionadas). A verdade é que o "longe da vista, longe do coração" se aplica também a sentires solidários e, com exceção das senhoras de Cascais a quem fica (tão) bem ajudar os pobres ("coitadinhos"), esta malta que cresceu com empregados para tirar caroços da fruta tem outras prioridades (como manter a empregada quando se sai de casa da mãezinha). Mas, repito, generalizações poderão ser sempre injustas.
Mulher Mesmo de Sonho
mulhermesmodesonho.blogspot.com
Concordo, sim. As generalizações são porventura injustas, mas existem e têm um certo cabimento para descrever certos comportamentos de grupo. Não creio que seja apenas a classe economicamente muito favorecida...as vezes a insensibilidade pode vir daqueles que tomam tudo por adquirido...o direito adquirido, ainda que o mesmo não seja sustentavel.
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