terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Daquilo dos enfermeiros que choram...

De cada vez que vejo ou ouço uma noticias acerca de "Lágrimas na partida de enfermeiros emigrantes" penso que em calhando os ditos dos enfermeiros vão partir em missão para o fim do mundo, ou para um sitio onde não possam usar o seu telefon...e Androide.

Mas afinal não, os ditos dos enfermeiros vão afinal para o UK e eu juro que fico confuso e que fico sem perceber se afinal sou eu que sou muito duro, se é a vida que me tem sido muito dura ou se estes jovens não têm mesmo nada na cabeça para além de imagens do "Harrison".

Então mas Londres não esta a 2,5 horas de Lisboa? então mas em Londes não ha segurança? Então mas em Londres não ha 3G? Então mas em Londres não ha 6 voos diarios para Lisboa? Então mas em Londres não ha mulheres/homens de incrivel sensualidade e talentos varios? Então mas em Londres não vão ganhar algumas 3 vezes mais (ainda que 4 x pouco, seja pouco)?

Então mas viver em Bragança não é condição de isolamento muito pior do que em Londres (tipo no minimo a 6 horas de distancia da civilização)?

Considerando que existem umas boas dezenas de milhares de portugueses (de fibra) que se abalançaram por esse mundo for a, na maioria das vezes para paises que não são do primeiro mundo e em condições que fazem lembrar o Sandokan, isto não é um bocado "bebezice"?

O Vasco da Gama (e sus muchachos) ha de se estar a revirar no seu parco tumulo dos Jeronimos e eu fico a pensar que se calhar até nem se perde muito com isto da emigração.

(PS: Senhores jornalistas, desde quando é que isto é noticia? se quiserem mesmo noticias giras sobre emigrações lixadas, conheço umas quantas (e não falo de mim), mas isso implica ir mais longe do que o hall de partidas da Portela).

2 comentários:

mjoão disse...

Compreendo as motivações subjacentes ao teu texto e concordo com estas ideias!
O que me dá vontade de chorar é que, uma grande maioria dos serviços de saúde em Portugal, no que respeita à Enfermagem não tenham dotações seguras, ao mesmo tempo, que colegas são "empurrados para uma emigração" e para outras realidades profissionais, com cerca de 10 enfermeiros a deixarem o país por dia, quando há enfermeiros desempregados e simultaneamente faltam 10 a 15 000 enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde Português...

Indivíduo disse...

mjoão,

Percebo o problema e sou solidario com ele, na saude (tal como noutas areas)é uma pena que existindo pessoas qualificadas, haja falta de pessoal nos serviços e que as proprias pessoas sejam "incentivadas" a abalançarem-se para outros projectos.

Contudo, e tal como acho que percebeste, eu não me foquei na questão especifica da enfermagem, mas sim na atitude de quem ja decidiu ir embora.

Não ha empregos garantidos para ninguém, considero muito positivo que os enfermeiros em condições precarias ca, possam encontrar desafios interessantes em UK. Isso é uma vantagem enorme e Londres é aqui ao lado, não é motivo para tanto drama. Um projecto so corre bem, se aceditarmos que pode correr bem e se acreditarmos que é algo bem. Não se fazem projectos a olhar para baixo nem a pensar no passado.

No entanto, mais lamentavel que as pessoas sentirem o que deveras sentem, é haver jornalistas que acham isso noticia e que esmiuçam as emoções onde so devia haver intimidade. Fiquei a pensar que aqueles enfermeiros iam fazer missões humanitarias para o Afeganistão e afins.