quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Daquilo das prioridades...

No seguimento das prioridades e do nivel de insenbilidade gerado em  torno da colecção dos Miros, remeti-me para a cronica do Pde. José Tolentino Mendonça, publicada no Expresso ha umas duas semanas atras.
Dizia José Tolentino Mendonça, preocupadamente, que parece haver uma certa relação (negativa) entre o nivel cultural e académico das pessoas e a sua predisposição  para a compreensão e sensibilidade para com os mais desfavorecidos. Segundo Jose Tolentino Mendonça (e apoiado em estudos que citou),  quanto mais alto nivel académico e cultural, menos disponibilidade as pessoas têm para acções solidarias, enquanto as pessoas ja de si algo desfavorecidas, mais facilmente estão dispostas a partilhar o pouco que têm.
Do que percebi, entendo que parece haver uma casualistica de compreensão maior para quem mais proximo esta dos problemas, ou seja quem mais proximo esta dos problemas, esta naturalmente mais apto para os compreender e naturalmente para ajudar. Por sua vez, quem mais afastado esta das esferas desprotegidas, menos compreensivo se sente e logo menos apto para ajudar. Somando ainda que quem pouco tem, nada ou quase nada tem a perder por ajudar, ja o contrario pode não ser tão linear. Do ponto de vista estritamente cultural, a coisa é menos perceptivel, mas eventualmente estar relacionada com um certo viver em nucleo mais fechado e sem noção das agruras de que leva com o vento “de chapa”.
Sera assim mesmo? O desenvolvimento socio, economico e cultural é uma especie de “sebo nos olhos” ou sera antes uma estratégia inata de” eliminação natural”?
Gosto de acreditar que não, mas quando leio e me apercebo de certas questões e do sentimento de prioridade que parece haver, tenho duvidas (o que segundo Socrates (o filosofo), é apenas o principio do conhecimento).

2 comentários:

Mulher Mesmo de Sonho disse...

As generalizações são sempre perigosas mas acho poderemos dizer com alguma segurança que a relação existe. Se calhar não tanto na formação académica mas no meio económico em que se nasceu/viveu(quando não estão relacionadas). A verdade é que o "longe da vista, longe do coração" se aplica também a sentires solidários e, com exceção das senhoras de Cascais a quem fica (tão) bem ajudar os pobres ("coitadinhos"), esta malta que cresceu com empregados para tirar caroços da fruta tem outras prioridades (como manter a empregada quando se sai de casa da mãezinha). Mas, repito, generalizações poderão ser sempre injustas.

Mulher Mesmo de Sonho
mulhermesmodesonho.blogspot.com

Indivíduo disse...

Concordo, sim. As generalizações são porventura injustas, mas existem e têm um certo cabimento para descrever certos comportamentos de grupo. Não creio que seja apenas a classe economicamente muito favorecida...as vezes a insensibilidade pode vir daqueles que tomam tudo por adquirido...o direito adquirido, ainda que o mesmo não seja sustentavel.