segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Daquilo de chorar por emigrar...


A recente aprovação de uma lei de imigração da Suiça que so vem formalizar o que ja ha muito se diz (que os imigrantes são “personas non gratas”) depois de  abate de uma girafa em publico na Dinamarca, por motivos cientificos. Depois do Presidente bi (ou tri)gamo e do ex-futuro presidente violador da França, depois das autistas “leis economicas”, depois  do “estou-me a barimbar” europeu para as economias mais periféricas, depois do “pseudo-apoio que depois da em nada” a paises da ex-URSS (entre outros), eis que a Bélgica aprova uma lei que legaliza a eutanasia para crianças (literalmente) – Ou seja, uma criança não é considerada apta para votar, beber, casar ou ter sexo, mas pode decidir morrer por, por exemplo, estar farta de viver por causa da anorexia.

Começo a desconficar do conceito de paises e evoluidos e acho que começo a perceber aquilo dos enfermeiros que choram por irem emigrar para a Europa...

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Daquilo dos enfermeiros que choram...

De cada vez que vejo ou ouço uma noticias acerca de "Lágrimas na partida de enfermeiros emigrantes" penso que em calhando os ditos dos enfermeiros vão partir em missão para o fim do mundo, ou para um sitio onde não possam usar o seu telefon...e Androide.

Mas afinal não, os ditos dos enfermeiros vão afinal para o UK e eu juro que fico confuso e que fico sem perceber se afinal sou eu que sou muito duro, se é a vida que me tem sido muito dura ou se estes jovens não têm mesmo nada na cabeça para além de imagens do "Harrison".

Então mas Londres não esta a 2,5 horas de Lisboa? então mas em Londes não ha segurança? Então mas em Londres não ha 3G? Então mas em Londres não ha 6 voos diarios para Lisboa? Então mas em Londres não ha mulheres/homens de incrivel sensualidade e talentos varios? Então mas em Londres não vão ganhar algumas 3 vezes mais (ainda que 4 x pouco, seja pouco)?

Então mas viver em Bragança não é condição de isolamento muito pior do que em Londres (tipo no minimo a 6 horas de distancia da civilização)?

Considerando que existem umas boas dezenas de milhares de portugueses (de fibra) que se abalançaram por esse mundo for a, na maioria das vezes para paises que não são do primeiro mundo e em condições que fazem lembrar o Sandokan, isto não é um bocado "bebezice"?

O Vasco da Gama (e sus muchachos) ha de se estar a revirar no seu parco tumulo dos Jeronimos e eu fico a pensar que se calhar até nem se perde muito com isto da emigração.

(PS: Senhores jornalistas, desde quando é que isto é noticia? se quiserem mesmo noticias giras sobre emigrações lixadas, conheço umas quantas (e não falo de mim), mas isso implica ir mais longe do que o hall de partidas da Portela).

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Daquilo das prioridades...

No seguimento das prioridades e do nivel de insenbilidade gerado em  torno da colecção dos Miros, remeti-me para a cronica do Pde. José Tolentino Mendonça, publicada no Expresso ha umas duas semanas atras.
Dizia José Tolentino Mendonça, preocupadamente, que parece haver uma certa relação (negativa) entre o nivel cultural e académico das pessoas e a sua predisposição  para a compreensão e sensibilidade para com os mais desfavorecidos. Segundo Jose Tolentino Mendonça (e apoiado em estudos que citou),  quanto mais alto nivel académico e cultural, menos disponibilidade as pessoas têm para acções solidarias, enquanto as pessoas ja de si algo desfavorecidas, mais facilmente estão dispostas a partilhar o pouco que têm.
Do que percebi, entendo que parece haver uma casualistica de compreensão maior para quem mais proximo esta dos problemas, ou seja quem mais proximo esta dos problemas, esta naturalmente mais apto para os compreender e naturalmente para ajudar. Por sua vez, quem mais afastado esta das esferas desprotegidas, menos compreensivo se sente e logo menos apto para ajudar. Somando ainda que quem pouco tem, nada ou quase nada tem a perder por ajudar, ja o contrario pode não ser tão linear. Do ponto de vista estritamente cultural, a coisa é menos perceptivel, mas eventualmente estar relacionada com um certo viver em nucleo mais fechado e sem noção das agruras de que leva com o vento “de chapa”.
Sera assim mesmo? O desenvolvimento socio, economico e cultural é uma especie de “sebo nos olhos” ou sera antes uma estratégia inata de” eliminação natural”?
Gosto de acreditar que não, mas quando leio e me apercebo de certas questões e do sentimento de prioridade que parece haver, tenho duvidas (o que segundo Socrates (o filosofo), é apenas o principio do conhecimento).

Daquilo dos Miros

Eu, que me considero minimamente sensivel do ponto de vista artistico, confesso-me confuso ou então  desconhecedor de algo. Se por um lado me parece evidente que houve um processo mal gerido e com alguns atropelos aquilo que é a lei (o que promove naturalmente a duvida) por outro quer-me parecer um pouco autista a reacção e o tipo de reacção de ilustres intlectuais e de representantes da “esquerda defensora dos pobres”.
 
 
A colecção dos Miros (que pode valer 40 milhões €), resulta de um processo que, de um ponto de vista mais geral, representa muito milhões de danos para todos os contribuintes. A venda da colecção, não cobrindo de todo o que se perdeu,  é, pelo menos simbolicamente, consistente com a politica de privatizações, vendas e alienações como parte das medidas de recuperação economica e sobretudo financeira. Ja para não falar de todos os cortes em salarios, reformas, beneficios e outros quejandos.
Assim, quando vejo um tão grande numero de pensantes taxativamente contra a venda da colecção e, mais, afirmando que tal representa um grande embaraço e vergonha para Portugal (porque apenas um pais ou pessoa muito desesperada, venderia assim uma colecção daquelas),  pergunto-me a mim mesmo se estamos de facto no mesmo pais onde ja se ultrapassou todo e qualquer limite da vergonha e daquilo que se concebe como minimo e sustentavel para que as pessoas vivam de forma condigna. Se estamos de facto no mesmo pais, onde se vendem a interesses estrangeiros as estrategias nacionais.
Não é que eu tenha pessoalmente gosto na venda da colecção, mas temos que ver as coisas num quadro geral. Em “barriga que não come”, sera que ha olhos para verem arte? Num pais de muito baixo nivel intlectual, importara assim a tantos que existam mais ou menos Miros? A quantos no, fundo, poderia interessar assim tanto esta colecção? Não havera outras maneiras de catalisar a cultura e o interesse das pessoas?
Estamos mesmo a falar do mesmo pais em que um doente de Chaves teve que fazer 400 km de ambulancia e vir morrer a Lisboa?
Depois ainda ha ainda os que advogam que mesmo do ponto de vista estritamente financeiro, a operação não é boa, porque alegadamente seria mais interessante criar um museu de arte moderna para expor a colecção em Portugal e assim atrair apreciadores do mundo todo, que pagariam um justo preço para ver os distintos quadros. Isto é mesmo a sério? Quem conheça minimamente os grandes museus da europa e américa (e for sério), dificilmente podera acreditar que algum dia teriamos condições para competir nesse campo (dificilmente vamos atrair visitas especificamente motivadas pela nossa museulogia).
Sumarizando, parece-me grande o nivel de insensibilidade e de falta de coesão. Quais são afinal as nossas prioridades?
(O que teria sido interessante, teria sido criar uma exposição temporaria que permitisse a todos ir ver os quadros antes de se equacionar a venda).